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A saga dos grupos teatrais de Vitória de Santo Antão

Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro. (Albert Camus)




Teatro do grego théatron é uma forma de arte em que um ator ou conjunto de atores, interpreta uma história ou atividades para o público em um determinado lugar. Fazer teatro sempre foi uma atividade de caráter religioso, isto é, ligado ao culto das divindades que cada povo possuía. O objetivo era exaltar a glória e o poder das divindades. Com o auxílio de dramaturgos ou de situações improvisadas, de diretores e técnicos, o espetáculo tem como objetivo apresentar uma situação e despertar sentimentos no público.

Em Vitória de Santo Antão, cidade do interior de Pernambuco com cerca de 130 mil habitantes, a cultura teatral vem sendo bastante valorizada... tão valorizada que os artistas não têm nem lugar para fazer suas apresentações, muito menos o apoio daqueles que “deveriam” contribuir com o incentivo à valorização cultural.  
  
De acordo com e-mail enviado ao Blog por um ator Vitoriense, a cidade já dispõe de uma quantidade ilimitada de atores (para não dizer o oposto), e os que ainda (sobre)vivem   são obrigados a apresentarem-se em outras cidades, porque em Vitória não existem teatros em condições de uso... O Iracema, por exemplo, se encontra tão bem conservado que até as baratas estão fugindo de lá, além do mais pertence a um grupo “político” que de tão compenetrado com as questões culturais possui um veículo de comunicação, com concessão educativa, que desperta na população o mais puro sentimento de orgulho municipal. 

Outro espaço que também poderia ser usado para apresentações culturais, incluindo as teatrais, seria a antiga Estação Ferroviária do Município, porém a mesma que é administrada pela prefeitura virou banheiro público para aqueles que consomem etanol nos bares da redondeza, como também vem servindo de depósito, no qual são guardados os materiais que a prefeitura não tem onde colocar.  

Mas ainda deveria existir (e existe!) um último reduto, o famoso Silogeu (que não é um teatro), porém a administração do prédio cobra uma taxa simbólica de R$ 400,00 por apresentação sem o camarim, que não é importante (?),  com o camarim o valor sob para praticamente o dobro. Levando em consideração o apoio (quase nenhum) que os grupos teatrais Vitória têm, esse valor é praticamente irrisório.


E assim segue a saga dos artistas de Vitória de Santo Antão, tendo que irem fazer suas apresentações longe de sua terra natal, longe de casa, longe dos aplausos dos seus conterrâneos, “caminhando contra o vento sem lenço e sem documento.”

Lembrando aos menos afortunados cognitivamente que, cultura (do latim colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.

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Reflexão sugerida por artista Vitoriense e leitor encaraiado.
Informações complementares: Wikipédia
Imagens: Google Imagens e Blog Deu o Carai em Vitória

3 comentários:

  1. é isso mesmo, sou artista, mas não temos apoio, ô cidadisinha sem visão viu na verdade não é a cidade e sim gestores. mas to aqui pra dizer que não importa o que eles pensam de nós se apoiam ou não somos eternos artistas e nunca vamos para com a nossa manifestação.

    clayton cordeiro produtor cultural

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  2. A unica solucao pra Vitoria seria fazer o que foi feito em Hiroshima e Nagasaki.

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  3. dennisanderson23@hotmail.com4 de julho de 2011 às 09:06

    Sou artista, graduando em Música pela UFPE, e tenho um trabalho com uma ligação bastante próxima com o Teatro... Conheço o teatro vitoriense (suas precariedades, suas boas e más produções) como a palma da minha mão... mas vou deixar meu comentário a cabo do grande mestre Manuel Bandeira...

    Pneumotórax

    Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
    A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
    Tosse, tosse, tosse.

    Mandou chamar o médico:
    - Diga trinta e três.
    - Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
    - Respire.

    - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
    - Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
    - Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.


    Aos bons entendedores, eh isso.
    Aos maus entendedores Estou aki para traçar uma nova linha para sair desse emaranhado, e se vc quiser realmente sair dele me contactem, senão vou pras cidades vizinhas...

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Opinião é como cheque: todo mundo pode emitir, mas não necessariamente vale alguma coisa. Respeito é bom e todo mundo gosta.

 

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