1 – Assista aos programas – Se você realmente considera o horário
eleitoral algo fundamental, pouco importando a qualidade do que veiculam nele,
um direito que se funde com uma obrigação, mantenha a disciplina e não o perca
por nada neste mundo. Nada de dar opinião baseado no que ouviu dizer. Para ter
autoridade ao cobrar os outros, é preciso ser, antes de tudo, exemplo;
2- Pesquise o passado do candidato – Uma das regras da propaganda política
é “contar” a história do candidato, apresentá-lo ao eleitor, enfatizando certas
passagens e omitindo outras. Na última campanha presidencial, José Serra era um
pobre vendedor de frutas e Dilma Rousseff uma freira de convento. Manipulações
para encaixar o sujeito no personagem político fabricdo a partir de pesquisas
de opinião. Assim, procure você mesmo saber sobre esses homens e mulheres que
pedem o seu voto.
O candidato surgiu como? Onde atuava antes? É criação de terceiros ou é
uma liderança legítima e autônoma? Diante de acusações, ele tira tudo a limpo
ou tergiversa e se faz de desentendido? Ele dirigiu alguma ONG? Quem eram seus
financiadores? (Não se surpreenda se você descobrir multinacionais e bancos
sustentando anticapitalistas). O candidato é um governista inveterado ou um
oposicionista crônico? (Posturas que mostram mostra oportunismo de um lado e
inflexibilidade do outro). Com quem ele andou nos últimos anos? É leal? Em
suma, tenha curiosidade e não se contente com apresentações oficiais;
3 – Esteja informado sobre sua cidade – Temas como saúde e educação viram
objeto de toda sorte de avaliação. Situação e oposição buscam carregar nas
tintas para apresentar quadros negativos ou positivos da cidade, sempre com
muita segurança nas afirmações. Lembre: existem números para todos os gostos.
Você sabe qual o orçamento da sua cidade? Quais os índices de educação e saúde?
Faltam leitos? Faltam médicos? A rede de ensino é cara e não gera resultado?
Essas discussões estão sempre presentes no noticiário e acessíveis para quem
estiver disposto a encontrá-las. O risco é se decepcionar com um ou outro candidato
que parece a sinceridade em pessoa;
4 – Ouça mais e fale menos – Opiniões de terceiros sempre podem nos
ajudar a rever algo, a refazer um exame ou a buscar outras óticas de avaliação.
Por isso, converse com outras pessoas que acompanham os programas, mas não
abdique de seu senso crítico apenas para aderir ao candidato que lhe parecer
ser mais popular;
5 – Desconfie sempre – Esta é uma dica antipática para os mais
sensíveis e bem intencionados. Entretando, como dizia Nelson Rodrigues (cujo
centenário de nascimento é comemorado hoje), não se vencem partidas de futebol
e eleições apenas como bons sentimentos.
Na propaganda eleitoral, você verá cenas terríveis e obras maravilhosas.
Gente chorando ao som de um violão e outras sorrindo em hospitais. São ambientes
controlados, não esqueça. Luz, enquadramento, trilha sonora e sonoplastia. Tudo
feito para convencer pela emoção. Fique atento. Desconfie. Lembre-se das
informações que você pesquisou e as compara com o que lhe mostram. Boa sorte!
Blog Deu o Carai em Vitória
Texto: Blog Jangadeiro Online
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